A pandemia do coronavírus vai inibir a troca de presentes entre casais no Dia dos Namorados deste ano, segundo cálculos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O varejo deve faturar R$ 937,8 milhões em vendas para a data comemorada em 12 de junho, o que representaria um tombo recorde de 43,1% em relação ao mesmo período de 2019, quando o volume vendido movimentou R$ 1,65 bilhão.
As maiores perdas devem ocorrer nos segmentos do varejo considerados “não essenciais”. As lojas de vestuário, calçados e acessórios venderão 71,3% menos do que no ano passado, enquanto os estabelecimentos especializados na venda de itens de informática e comunicação registrarão queda de 58,3%. O ramo de utilidades domésticas e eletroeletrônicos deve vender 55,8% menos.
O varejo venderá menos em todos os Estados, com destaque para as quedas em São Paulo (-41,9%), Rio de Janeiro (-34,6%), Minas Gerais (-30,7%), Ceará (-65,3%), Amapá (- 65,1%) e Pernambuco (-62,2%).
“Sendo um dos setores econômicos mais diretamente impactados pela pandemia de covid-19, o comércio varejista sofre neste momento não só com as restrições à circulação de consumidores, mas também com a retração do nível geral de atividade e a deterioração das condições de consumo, tais como as quedas dos níveis de emprego, de renda e da confiança do consumidor. Nem mesmo a menor taxa básica de juros da história e o recuo da taxa de juros nas operações livres às pessoas físicas têm servido de estímulo à contratação de recursos para o consumo”, escreveu o economista Fabio Bentes, da CNC, no estudo.
A CNC lembra que o Dia dos Namorados ocorrerá no início do processo de flexibilização da quarentena. A menor adesão ao isolamento social no início de junho deve fazer com que as vendas recuem menos do que no Dia das Mães deste ano, quando o volume vendido despencou 59,2%. O estudo cita dados da consultoria Inloco, mostrando que o índice de isolamento social no Brasil desceu ao menor patamar da quarentena na semana anterior ao Dia dos Namorados.