Pelo terceiro ano consecutivo, o comércio brasileiro apresentou evolução da atividade econômica. Em 2019, o setor cresceu 1,8%. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE.
Apesar da elevação, os dados indicam que o comércio apresentou uma aceleração menor do que nos anos de 2017 e 2018, quando cresceu 2,1% e 2,3%, respectivamente.
Em dezembro, as vendas caíram 0,1% na comparação com novembro de 2019. O resultado negativo interrompeu a sequência de sete meses de alta do indicador, surpreendendo negativamente as expectativas dos analistas que projetavam alta de 0,2% no mês, impulsionado pelas vendas do Natal.
— O comércio ainda não se recuperou totalmente da crise de 2015 e 2016, mas está em seu momento mais elevado desde outubro de 2014 — explica a gerente da pesquisa, Isabella Nunes.
Em 2019, sete das oito atividades analisadas tiveram resultados positivos. A maior alta foi registrada na comercialização de artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria, de 6,8%. Já a venda de livros, jornais, revistas e papelaria despencaram 20,7%.
A comercialização nos supermercados, considerado por economistas como um termômetro de atividade no setor, avançou 0,4% no ano.
Segundo o IBGE, os três anos consecutivos de alta do indicador ainda não foram suficientes para amenizar a perda registrada em 2015 e 2016, durante a recessão econômica.
Ou seja, o crescimento acumulado de 6,1% nos últimos três anos não recuperou a queda de 10,3% em 2015 e 2016.
Com isso, o varejo nacional ainda está 3,7% abaixo do maior ponto de atividade econômico do setor, no período pré-crise, registrado em outubro de 2014.
Trata-se de um patamar equivalente a abril de 2015, quando ainda estava no início a trajetória de queda das vendas
De acordo com Isabella, o maior dinamismo no segundo semestre de 2019 (3,3%) do que no primeiro (0,6%), foi influenciado pela liberação de mais de R$ 40 bilhões dos saques do FGTS e da melhoria da concessão do crédito à pessoa física, com a redução dos juros.
Varejo ampliado
Na análise do varejo ampliado, que considera as vendas de veículos e materiais de construção, o volume de vendas cresceu 3,9% no ano. O resultado positivo foi influenciado pelo aumento na vendas de veículos e peças (10%) e de materiais de construção (4,3%).