O número de consumidores brasileiros inadimplentes cresceu 1,98% em junho na comparação com o mesmo mês de 2017, somando 61,8 milhões de pessoas, quase um terço da população total, informou nesta quinta-feira (19) o Serasa Experian. Trata-se de um recorde, o maior número da série histórica da instituição, que teve início em 2016. No período, as dívidas somaram R$ 273,4 bilhões, com média de quatro por CPF, totalizando R$ 4.426 por pessoa.
O enfraquecimento do ritmo de crescimento econômico contribui para manter em nível elevado a taxa de desemprego e, consequentemente, a inadimplência do consumidor, explicam os economistas da entidade. O número de pessoas com contas e compromissos financeiros cresceu em 1,7 milhão, já que os inadimplentes em janeiro deste ano somavam 60,1 milhões – um crescimento de 2,8%,
Em agosto de 2014, antes do Serasa Experian iniciar a série de pesquisas sistemáticas sobre inadimplência das famílias, foi feita uma pesquisa pelo instituto que apontou 52 milhões de brasileiros com contas em atraso. Levando em consideração esse levantamento com a pesquisa divulgada nesta quinta-feira, o número de inadimplentes cresceu 18,8%.
O montante de inadimplentes com faixa etária acima de 61 anos foi o que mais cresceu nos últimos dois anos, segundo a Serasa, embora não seja o mais elevado. Em junho, 35% dos brasileiros com idade acima dessa idade estavam com contas atrasadas, um crescimento de 2,6 pontos percentuais em relação ao mesmo mês de 2016. A faixa etária de mais pessoas inadimplentes continua sendo a dos adultos entre 36 e 40 anos, com 47,3%, embora tenha crescido menos do que a de idosos.
Segundo a Serasa, no Brasil, 40,3% da população adulta está inadimplente. Apesar de as dívidas atrasadas com bancos e cartões de crédito terem a maior representatividade dentro do índice, a participação desse segmento caiu 1,5 ponto percentual na comparação com junho do ano passado. Já a parcela dos segmentos de serviços públicos, como telefonia, além de financeiras, aumentou.
Conforme a Serasa, alguns Estados do Norte, como Roraima, Amapá e Amazonas, apresentam uma taxa de inadimplência acima de 50% da população adulta, enquanto no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e na Paraíba esta marca está abaixo de 35%.