A um mês do prazo final para a entrega da declaração de Imposto de Renda Pessoa Física, metade dos 32 milhões de contribuintes ainda não enviou os dados relativos aos ganhos de 2019 à Receita Federal. Segundo o último levantamento do Fisco, divulgado na última quinta-feira (28), 16 milhões de brasileiros já enviaram a declaração.
O prazo original para a entrega das declarações de IR (Imposto de Renda) era 30 de abril, mas foi adiado no começo daquele mês devido à pandemia de Covid-19.
O novo prazo é 30 de junho.
“Não tinha como não adiar. Foi um período difícil, as pessoas estavam preocupadas. Mas agora já houve um tempo significativo para fazer a declaração”, diz Joaquim Adir, supervisor nacional do IR.
A Receita relatou que, por causa do distanciamento social decretado para deter o avanço da doença, contribuintes estavam com limitações para reunir toda a documentação e acessar especialistas da área para tirar dúvidas.
“Muitas vezes quem faz [a declaração] é o contador, não o contribuinte. A pessoa reúne documentos e leva ao contador todos os anos, mas a pandemia impediu que isso fosse feito no prazo este ano”, diz Charles Gularte, da Contabilizei, que presta serviços de contabilidade online.
“É como se nesses dois meses, tudo tivesse ficado parado. Muita gente deixou para entregar depois e isso preocupa porque não sabemos como vai ficar a situação até o fim de junho. Por isso, é importante começar a declaração logo para ter tempo de resolver os problemas que possam surgir”, diz Adir, da Receita.
Segundo ele, todos os procedimentos necessários para concluir a declaração podem ser feitos pela internet, incluindo a regularização de CPF.
O primeiro passo para fazer a declaração é reunir toda a documentação: os informes de rendimentos e comprovantes dos pagamentos, acessíveis por internet ou Correios.
De acordo com Flávio Sanches, sócio tributarista do CSMV Advogados, a atenção precisa ser redobrada em relação aos informes de rendimentos, fornecidos pelas fontes pagadoras.
“Tendo o informe de rendimentos em mãos, já é meio caminho andado. Outra parte importante da declaração também são os documentos de bens e direitos, essenciais para demonstrar a origem patrimonial”, afirma.
O advogado diz ainda que existem outros pontos na declaração que merecem atenção para que o contribuinte não caia na malha fina. Um deles é informar ganhos com investimentos em ações, modalidade que cresceu muito ao longo do ano passado.
“Para quem investe na Bolsa de Valores, por exemplo, existem diferenças na declaração”, afirma. Para quem já caiu na malha fina ano passado e não regularizou a situação, Sanches destaca que é importante aproveitar o período para ficar em dia com o Fisco.