Cerca de 65% das empresas do Paraná registraram queda no faturamento em abril e maio deste ano, no comparativo com o mesmo período de 2019, segundo boletim conjuntural das secretarias estaduais de Fazenda e Planejamento e Projetos Estruturantes.
A queda nas vendas foi de 68% em abril e de 59% em maio. A análise leva em consideração os contribuintes do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que emitiram notas fiscais no período. O boletim foi divulgado na sexta-feira (3).
Os restaurantes estão entre os mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Em alguns casos, conforme o boletim, a queda ultrapassou 80% do faturamento, segundo o boletim.
De acordo com o relatório, tanto estabelecimentos de pequeno porte, que faturavam R$ 30 mil por mês, quanto de grande porte, com faturamento de R$ 10 milhões, registraram perdas superiores a 50% no fluxo financeiro.
A análise das secretarias estaduais mostra também que alguns estabelecimentos registraram crescimento nas vendas de 29% em abril e 37% em maio. Eles estão ligados a setores como supermercados, linha branca e móveis.
Em atividade
Segundo a Receita Estadual, ainda estavam fechados 4,1 mil estabelecimentos do Simples Nacional e 1,5 mil do regime normal.
Durante o final de março e o começo de abril, no início das restrições de circulação, 37,7 mil estabelecimentos da primeira categoria e 6,3 mil da segunda fecharam momentaneamente.
Conforme o boletim, há expectativa de impacto similar nas próximas semanas, devido ao decreto que restringe as atividades econômicas em 134 municípios paranaenses.
A análise aponta que algumas cidades atingiram pico de normalidade no funcionamento ou chegaram próximo ao registrado antes da pandemia, casos de Arapongas, Araucária, Pato Branco e Francisco Beltrão. A média do estado era de 94%,
Vendas
Segundo o boletim conjuntural, as vendas nos supermercados variaram dentro de uma margem de normalidade desde março, e as farmácias registraram leve queda.
Alguns setores estão com padrão de comércio superior aos últimos 15 dias de março, como linha branca, televisores, telefone celular, móveis, colchões e iluminação.
Outras atividades apontam para manutenção das vendas em abril e maio, como materiais de construção e ferragens, áudio, vídeo e eletrodomésticos, e informática e telefonia.
A análise mostra vendas fracas nas últimas semanas em vestuário e acessórios; cama, mesa e banho; e calçados.
Os setores de bebidas (alcoólicas e não alcoólicas) e de alimentação (carnes, peixes, frutos do mar, frutas, verduras, raízes, mel, laticínios, ovos, café, farinha, sementes e cereais) registraram volume de vendas estável ao longo dos últimos três meses.
Já o setor automotivo, conforme o boletim, mantém trajetória irregular. As vendas de caminhões e ônibus cresceram nas últimas três semanas e atingiram patamar superior a março.
O comércio de motocicletas registrou evolução constante em junho, mas ainda em estágio inferior, com 76% de normalidade. As vendas de carros aumentaram em junho.