A Polícia Civil do Paraná (PCPR) cumpriu, nesta quarta-feira (22), mais de 30 mandados judiciais – entre prisão temporária, busca e apreensão, bloqueio de bens e bloqueio de contas bancárias – na Capital e Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Um empresário e um contador foram presos no decorrer da operação.
Os alvos da ação são suspeitos de simular duplicatas e aplicar golpes em empresas de fomento comercial, conhecidas como factoring, que resultaram em um prejuízo superior a R$ 2,1 milhões.
Além dos mandados de prisão temporária, que resultaram na prisão dos investigados, a PCPR cumpriu nove mandados de busca e apreensão em residências, empresas e um escritório de advocacia. As buscas aconteceram nos bairros Uberaba, Novo Mundo, Boqueirão, Portão, bem como nos municípios de Pinhais e Campina Grande do Sul, situados na RMC.
Também foram cumpridas ordens judicias para bloqueio de oito contas bancárias e de 13 bens materiais, sendo três imóveis sitiados em Curitiba, São José dos Pinhais e São Francisco do Sul (SC), além de dez veículos.
As diligências tiveram início há cerca de três meses, quando as empresas lesadas procuraram a PCPR para registrar a denúncia. Conforme apurado, os suspeitos simulavam duplicatas, que não tinham qualquer negociação de compra e venda envolvida, para aplicar golpes nas factorings – que fazem aquisição de títulos de créditos, em especial duplicatas mercantis, provenientes de negociações de seus clientes. Ou seja, compram por um valor à vista um título de crédito que irão receber parcelado.
De acordo com as investigações, durante um período a associação criminosa atuou normalmente como cliente das empresas antes de efetivamente aplicar os golpes. Segundo relato das vítimas, uma das empresas teve prejuízo de R$ 1,3 milhão de títulos não pagos, outra foi lesada em aproximadamente R$ 365 mil e uma terceira informou um prejuízo de R$512 mil.
A PCPR descobriu que os suspeitos criavam empresas em nome de “laranjas”, em diferentes cidades e estados, para se passar por entidades operacionais e ludibriar as vítimas que adquiriam os títulos de créditos. Inclusive, o empresário preso na ação já conta com diversas ações contra si e suas empresas em razão da prática do crime.
A operação foi batizada como “Paper Falsum” em alusão à prática criminosa do suspeitos. “Paper Falsum” é uma expressão do latim, que significa Papel Falso.