O número de vítimas do golpes de clonagem de WhatsApp ultrapassa os 3 milhões de usuários no Brasil em 2020. Os cálculos são do laboratório especializado em segurança digital da PSafe (dfndr lab), que realizou um novo levantamento sobre o panorama da cibersegurança no Brasil, com base em registros de julho.
O estudo identificou 40 mil links de golpes ativos no período, e projeta que cerca de 5,8 milhões de brasileiros tenham sido atingidos por links maliciosos somente no mês passado. Embora o levantamento tenha indicado uma queda de 18% no número de golpes de clonagem de WhatsApp, os registros deste tipo de crime chegou a 340 mil vítimas no país mês passado. Apesar do número expressivo, esta é a menor média mensal desde janeiro.
Entenda a estratégia dos golpistas
Para ter acesso ao WhatsApp clonado da vítima, os fraudadores se apropriam do código de ativação do mensageiro, enviado por mensagem de SMS ao celular do usuário. Um dos procedimentos mais usados pelos criminosos para clonar as contas do aplicativo de mensagens consiste em acessar ilegalmente as conversas da vítima e se passar por ela para pedir dinheiro a parentes e amigos, que são instruídos a fazer depósitos em contas de terceiros.
Outras formas de aplicar esses golpes envolvem o roubo de dados em sites de vendas, utilizam o nome de artistas ou de marcas famosas ou praticam a clonagem do número junto às operadoras de telefonia.
Os criminosos também têm utilizado como mote uma falsa pesquisa sobre o Covid-19. Eles entram em contato, se identificando como pesquisador de um instituto conhecido e perguntam se a vítima ou algum conhecido já teve sintomas do coronavírus. Ao fim da ligação, o criminoso pede um código PIN de seis dígitos enviado por SMS ao celular da vítima, que supostamente seria usado para validar a pesquisa. De posse desse código, o criminoso consegue invadir o WhatsApp da vítima.
De acordo com Emilio Simoni, diretor do laboratório de segurança da Psafe, os golpes espalhados por meio de notificações no navegador (chamadas “push notifications”) foram os mais utilizados por golpistas no período.
— A estratégia dos criminosos é induzir a vítima a clicar em um link malicioso, geralmente compartilhado através de redes sociais ou WhatsApp, com a promessa de acesso a um conteúdo específico. A página falsa, então, solicita a permissão para o envio de notificações push. Ao conceder a permissão, a vítima permite que o cibercriminoso envie a ela anúncios, que geram lucro aos atacantes através das visualizações, e também acaba permitindo o recebimento de novos golpes — alerta o especialista.
Para Simoni, a prevenção e a atenção dos usuários são fundamentais para a redução dos casos:
— A popularidade que este tema ganhou nos últimos tempos ajudou na conscientização e certamente contribuiu para a diminuição no número de vítimas em julho. Mas ainda não é o suficiente para o combate efetivo ao golpe, os criminosos estão sempre criando novos maneiras para atrair e enganar vítimas, por isso é necessário ter sempre barreiras e antivírus instalados em celular — observa Simoni.
Saiba como se proteger
- Reforce a segurança no celular contra as ameaças digitais. Há antivírus gratuitos no mercado e aplicativos que enviam alertas de segurança para seus usuários sempre que sofrem uma tentativa de clonagem de WhatsApp, recebem um link malicioso ou uma fake news.
- Ative a autenticação em dois fatores, disponível no próprio WhatsApp, para aumentar a segurança da conta e evitar clonagens.
- Tenha cuidado ao clicar em links compartilhados no WhatsApp ou nas redes sociais. Sempre verifique as informações compartilhadas e desconfie de promoções, notícias sensacionalistas e descontos
- Na dúvida, é verifique se um link é falso