O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (2) que pretende elevar, ainda neste ano, a faixa de isenção do Imposto de Renda para atingir trabalhadores que ganham até "próximo de R$ 2 mil" por mês.
Entretanto, a faixa de isenção atualmente já é próxima desse valor: no IR de 2019, beneficiou quem ganhava até R$ 1.903,98. A mudança, se confirmada, valeria para o IR de 2020.
Bolsonaro deu a declaração durante entrevista à rádio Itatiaia. Ele apontou que o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda foi uma promessa de campanha.
"Eu gostaria de entregar o meu governo, por exemplo, quem ganhasse até R$ 5 mil ficasse isento do Imposto de Renda. Estou trabalhando para que este ano a gente chegue próximo aos R$ 2 mil. O pessoal pode reclamar: 'só R$ 2 mil, prometeu R$ 5 mil.' Eu prometi R$ 5 mil, espero cumprir até o final do meu mandato", disse o presidente.
No ano passado, o então Ministério da Fazenda (hoje Economia) divulgou cálculo que apontava que, se a isenção para quem ganha até R$ 5 mil fosse aplicada, o governo deixaria de arrecadar R$ 60 bilhões por ano.
Bolsonaro admitiu que a sua proposta gerou "reação" por parte de sua equipe econômica e da Receita Federal, mas disse acreditar que seus "argumentos" serão ouvidos.
A reação se deve ao fato de que, ao elevar a faixa de isenção, o governo reduz o número de pessoas que pagam o Imposto de Renda e, com isso, arrecada menos.
"Tem reação por parte da equipe econômica? Tem, é óbvio que tem. Tem por parte da Receita? Tem. E isso daí em parte eu estou forçando um pouco a barra, mas não vou constranger a equipe econômica, muito menos a Receita Federal. Acredito que os meus argumentos sejam ouvidos por parte deles, apesar de eu não entender de economia", completou o presidente.