As vendas dos supermercados impediram que o comércio varejista recuasse no mês de agosto, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (11).
O comércio fechou o oitavo mês do ano com avanço de 0,1%, na relação com julho. Já na comparação com agosto de 2018, o crescimento foi de 1,3%. Projeção feita por economistas ouvidos pela agência Bloomberg era de alta de 0,2% e 2%, respectivamente.
No acumulado de 12 meses, o setor fechou em alta de 1,4%.
O principal campo positivo do mês foi em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,6%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,2%). Esses dois grupos correspondem a mais de 60% do varejo.
Segundo a gerente da pesquisa, Isabella Nunes, o aumento nos dois grupos indica um perfil de consumo mais básico e associado às classes de rendimento mais baixas da população.
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,8%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (0,2%) também tiveram taxas positivas em agosto.
Combustíveis e lubrificantes (-3,3%); Tecidos, vestuário e calçados (-2,5%), Móveis e eletrodomésticos (-1,5%); e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,3%) foram os pontos negativos do oitavo mês de 2019.
Para Isabella Nunes, a variação negativa para esses tipos de produtos indica que a população está dedicando mais seu orçamento às compras de primeira necessidade.
"O equilíbrio entre essas quatro categorias em queda com dois grandes setores em alta levou o mercado a um patamar mais próximo da estabilidade”, disse Nunes.
Já nos últimos 12 meses o comércio registrou perda de ritmo nas vendas, ao cair de 1,6% em julho para 1,4% em agosto.
O varejo ampliado permaneceu estável, sem variação (0,0%) de julho a agosto de 2019 e registrou aumento de 1,4% na comparação com agosto de 2018, quinta taxa positiva consecutiva.
O varejo teve resultados positivos em 15 das 27 unidades da federação pesquisadas pelo IBGE: Piauí (11,9%); Amapá (4,3%); e Maranhão (3,9%) foram os destaques.
Rio Grande do Sul (-7,6%); Rio de Janeiro (-2,3%); e Roraima (-2,1%) ficaram com os maiores números negativos de agosto.