A varejista publica, em seu site ou plataforma, um super desconto para um produto. Mas, para concluir a venda, é preciso que um número mínimo de pessoas faça a compra.
O cliente pode ajudar nessa empreitada, compartilhando o link do anúncio com seus amigos em diferentes redes sociais. Fechado o grupo, a venda é concluída.
Ganha o cliente, com o megadesconto. Ganha a varejista, com a adesão e o engajamento de novos usuários.
É assim que funciona o ‘social commerce’, nova modalidade de venda on-line que é uma espécie de atacarejo virtual com pitada de rede social.
O modelo já é sucesso na China, onde as compras coletivas tendo redes sociais como engrenagem de venda já respondem por 13% do comércio eletrônico.
Um exemplo é o Pinduoduo. Criada em Xangai, a plataforma permite aos usuários fazerem compras em conjunto ganhando descontos e benefícios e superou em número de contas ativas a gigante Alibaba, mais conhecida no Brasil pela plataforma AliExpress.
Vendendo de alimentos a eletrônicos e serviços, o Pinduoduo chegou a 868,7 milhões de usuários com compras regulares em 2021, um avanço de 10% frente ao ano anterior.
No Brasil, a Magazine Luiza lançou nesta quinta-feira o Compra Junto Magalu, sua plataforma de social commerce.
É um movimento que amplia o uso do social selling, que ganhou impulso na pandemia, quando pequenos comerciantes e mesmo consumidores podem atuar como vendedores de marcas diversas pelo canal digital. A estratégia é adotada por grandes marcas como Hering, do Grupo Soma, e L’Oréal.
Eduardo Yamashita, diretor executivo de Operações da Gouvêa Ecosystem e diretor de Inteligência da MosaicLab, avalia que, ao inaugurar esse modelo de social commerce no Brasil, o Magalu “abre a porteira” para outros grandes ecossistemas de varejo se movimentarem:
— É um modelo de venda que cria uma desintermediação entre a indústria e o consumidor. Só grandes ecossistemas de varejo, com um super aplicativo, com bases robustas de logística e de consumidores, conseguem fazer.