A demanda por seguros, previdência e capitalização aumentou 19,8% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2020. De acordo com Marcio Coriolano, presidente da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), a taxa demonstra ritmo consistente de recuperação do setor. “A arrecadação acumulada em 2021 chegou a R$ 145,1 bilhões, ligeiramente superior inclusive à do segundo semestre de 2019 (R$ 144,7 bilhões), antes portanto da pandemia”, destaca Coriolano em seu editorial da 50ª edição da publicação Conjuntura CNseg.
Na visão anualizada do período encerrado em junho de 2021, a evolução do setor de seguros foi 12%, sendo de 13,1% no segmento de Pessoas, 12,3% de Danos e Responsabilidades e 3,3% dos Títulos de Capitalização.
Na análise dos dados de junho, o setor avançou 18,8% (R$27,7 bilhões) em comparação ao mesmo mês de 2020, um desempenho que pode ser considerado positivo, mas ainda assim, abaixo do resultado do mês anterior (41,1%) que sofreu forte influência da baixa arrecadação de maio de 2020 devido ao pico da pandemia da Covid-19 no País.
O segmento de Danos e Responsabilidades manteve o crescimento na casa dos dois dígitos, avançando 18,4% em prêmios no sexto mês do ano se comparado ao mesmo mês de 2020. O de Cobertura de Pessoas arrecadou, em junho, R$17,3 bilhões em prêmios e contribuições e registrou um aumento de 19,7% na comparação com o junho do ano passado. Os Planos de Risco mantiveram o bom resultado apresentando ao logo do ano e avançaram 23,1% na comparação mensal.
“O destaque é o seguro viagem, que avançou 70,4% em relação a junho de 2020, resultado parcialmente explicado pela base extremamente comprimida daquele ano. Em relação aos Planos de Acumulação, vale destacar que a Família VGBL continua a apresentar resultados positivos, no entanto mais brandos que os observados nos últimos três meses. Em junho, o referido conjunto de planos arrecadou R$11,9 bilhões, avançando 20,3% em relação ao resultado de 2020”, ressalta Coriolano.
Os Títulos de Capitalização mantiveram o comportamento positivo e avançaram 12,5% (R$ 2,1 bilhões) sobre o faturamento registrado em junho de 2020. “Os sorteios e resgates tiveram a maior taxa de crescimento mensal de 2021, sendo 13% maior que junho do ano passado. Mesmo com este avanço, a captação líquida do segmento em 2021 foi de R$ 2,2 bilhões, valor 30% superior ao de 2020”, revela.
Sobre as expectativas para o segundo semestre, o Presidente da CNseg avalia que o desempenho dos agregados da economia brasileira não deve comprometer o ritmo de recuperação de ramos atingidos mais fortemente pela pandemia. “Embora projeções firmes dependam do sucesso da vacinação, da estabilidade política e, agora, do comportamento futuro da inflação que já acumula 8,4% em 12 meses”.
Para ele, o cenário até o final de 2021 dependerá da taxa de aumento do PIB para abrir espaço à recuperação de ramos de seguros influenciados pela produção industrial, agrícola e comercial, que é o caso dos grandes riscos patrimoniais. “E dependerá também do incremento da renda pessoal e do emprego, combustíveis da demanda por produtos básicos patrimoniais, cobertura de vida, previdenciários, saúde suplementar e capitalização”, finaliza Coriolano.