O volume do setor de serviços no país avançou 1,7% em junho, na comparação com maio. O resultado foi divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (12).
Com o desempenho, o setor ampliou o distanciamento frente ao nível pré-pandemia. Está 2,4% acima de fevereiro de 2020. Segundo o IBGE, o segmento também alcançou o patamar mais elevado desde maio de 2016.
O setor fechou o primeiro semestre com alta acumulada de 9,5%. Em 12 meses, houve elevação de 0,4%.
A alta de 1,7% foi acompanhada por todas as cinco atividades investigadas, com destaque para as expansões de serviços de informação e comunicação (2,5%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (1,7%) e de serviços prestados às famílias (8,1%).
O ramo de serviços de informação e comunicação alcançou o ponto mais alto de sua série, iniciada em janeiro de 2011. A atividade de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio registrou o nível mais elevado desde maio de 2015.
Com menores impactos no índice geral, vieram os serviços profissionais, administrativos e complementares (1,4%) e os outros serviços (2,3%).
Durante a pandemia, a prestação de serviços foi prejudicada porque reúne atividades que dependem da circulação de clientes, contato direto e aglomerações. Hotéis, bares, restaurantes e eventos fazem parte da lista.
O IBGE também informou que, em relação a junho de 2020, o volume do setor subiu 21,1%. No sexto mês do ano passado, serviços diversos sofriam os reflexos do baque inicial da pandemia. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam crescimento de 18,2% nessa base de comparação.
A inflação e o desemprego em alta ameaçam a recuperação do setor no segundo semestre. É que os indicadores, somados, reduzem o poder de compra de parte das famílias.
No trimestre até maio, dado mais recente disponível, a taxa de desemprego foi de 14,6% no país. Havia 14,8 milhões de trabalhadores desocupados à época.
Enquanto isso, a inflação é pressionada por itens como a energia elétrica. Ao longo deste ano, a conta de luz ficou mais cara devido à crise hídrica. A falta de chuva encarece os custos da geração de energia.
Para analistas, o desempenho de serviços nos próximos meses dependerá em grande parte da vacinação contra o coronavírus e das condições sanitárias no país. A imunização é vista como mecanismo para garantir maior segurança às operações das empresas e elevar a confiança dos consumidores.
O IBGE também divulgou neste mês o balanço de outros dois indicadores setoriais: produção industrial e vendas do comércio.
Conforme o instituto, a produção das fábricas ficou estagnada em junho, com variação nula (0%) frente a maio. A indústria, diz o IBGE, ainda sofre com a escassez de insumos e a demanda fragilizada.
Já o comércio amargou baixa de 1,7%. Na visão de analistas, o recuo refletiu, em parte, o avanço do desemprego e da inflação.