O setor de serviços teve desempenho positivo em abril. Na comparação com março, o volume de negócios subiu 0,7% no país. Mesmo com o avanço, o setor se encontra 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.
O resultado foi divulgado nesta sexta-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em relação a abril de 2020, fase inicial da pandemia, houve alta de 19,8%. É a maior elevação da série histórica, iniciada em 2012, nesse tipo de recorte.
O crescimento, entretanto, foi turbinado pela base de comparação fragilizada. É que, no quarto mês do ano passado, diversos serviços desabaram com os impactos iniciais da crise sanitária, que paralisou a operação de empresas.
Conforme o IBGE, o setor acumulou baixa de 5,4% em 12 meses até abril de 2021. No acumulado deste ano, o segmento registra variação positiva de 3,7%.
A prestação de serviços foi atingida em cheio pela pandemia porque reúne atividades que dependem da circulação de clientes. Entre elas, estão operações de hotéis, bares e restaurantes.
Após despencar no começo da crise, o setor ensaiou retomada ao longo de 2020. No entanto, deu sinais de perda de fôlego com a redução de estímulos à economia e a piora da crise sanitária na largada de 2021.
A alta de 0,7% em abril foi acompanhada por duas das cinco atividades investigadas. O maior avanço foi registrado por serviços prestados às famílias (9,3%), que recuperaram somente uma parte da queda de 28% registrada em março.
A melhora parcial dessa atividade está relacionada ao menor nível de restrições em abril. Dentro de serviços prestados às famílias, a principal elevação foi de alojamento e alimentação (9,8%). Ou seja, em abril, restaurantes, bares e hotéis foram beneficiados pela reabertura de empresas e pela maior circulação de clientes.
“Esse resultado dos serviços prestados às famílias deve ser relativizado, já que em março eles caíram 28%, no momento em que houve decretos estaduais e municipais que restringiram o funcionamento de algumas atividades para controle da disseminação do vírus”, analisou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.
Além de serviços prestados às famílias, os serviços de informação e comunicação (2,5%) também avançaram no quarto mês do ano. Esse segmento, estimulado pela corrida por tecnologia na pandemia, acumulou ganho de 4,7% nos últimos três meses.
Na contramão, os serviços profissionais, administrativos e complementares recuaram 0,6%. Em outros serviços, a baixa foi e 0,9%, eliminando pequena parte do ganho acumulado de 6,2% entre fevereiro e março.
O segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio teve estabilidade em abril (0%), após ter recuado 3,1% no período anterior.
Segundo especialistas, o avanço da vacinação contra a Covid-19 é essencial para reduzir restrições a atividades e garantir maior confiança de consumidores. Neste momento, desemprego e inflação em alta também são desafios para a recuperação dos negócios.
Antes de divulgar o resultado de serviços, o IBGE apresentou neste mês o balanço de outros dois indicadores setoriais: produção industrial e vendas do comércio. As fábricas tiveram redução de 1,3% em abril, na comparação com março. Já o varejo registrou alta de 1,8%.