Para ativar o comercio varejista em geral, vem se destacando a importância do Auxilio-Emergêncial (governo federal, via CEF), destinado aos informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados e mesmo os sem registro na carteira de trabalho. Esta foi uma opção relevante que contribuiu para manter percentuais da demanda e garantir empregos no varejo.
No Estado do Paraná, houve a implementação de um programa de auxílio ao trabalhador no valor de R$ 400 milhões para famílias paranaenses mais vulneráveis à pandemia. Entre as medidas podem ser citadas: auxílio financeiro para 300 mil famílias por cinco(5) meses, novos limites de consumo nos programas sociais da Copel e Sanepar, adiamento das parcelas dos programas de habitação da Cohapar, e reforço para a compra de insumos para agricultura familiar. Também a destacar que muitos municípios do Paraná ampliaram os prazos de pagamento dos tributos locais. Ao setor público, nos três níveis: federal, estadual e os municípios, verificou-se o retorno de parcela do valor das vendas efetuadas na forma de impostos, taxas e contribuições.
Os próximos quatro meses, de setembro a dezembro, correspondem a uma fase na qual, historicamente, tem ocorrido as maiores concentrações de vendas para diversos ramos do varejo: alimentação, eletroeletrônicos, móveis, veículos, material de construção, vestuário, tecidos e lojas de departamentos. Com a queda dos juros (Selic a 2,0%) verifica-se a abertura de um grande espaço para financiamento habitacional e o setor imobiliário.
Ademais, a dominância e hegemonia de novos hábitos poderão gerar mudanças no uso de imóveis comerciais em alguns centros urbanos. Para o final do ano, é esperada uma recuperação do setor de turismo, principalmente na continuidade da chegada de uma vacina para o covid-19. O ciclo de vendas concentradas conta com o estímulo do: 13.o salário, devolução dos lotes de restituição do imposto de renda, uso de poupança disponível para aquisições programadas para o final do ano, além de outras. Uma parcela maior das vendas poderá ser realizada via e-commerce.
Podem ser relacionados como ciclos de expansão e agregação de vendas para o quadrimestre setembro–dezembro as seguintes datas promocionais:
Setembro: “Semana do Brasil”
A “Semana do Brasil”, com o estímulo do governo federal, já programado, deverá ocorrer em 2020 no período de 03 e 13 de setembro. Foi criada em 2019, destinada a aquecer as vendas em um mês no qual não havia datas promocionais de vendas.
Em 2019, mais de 4.600 empresas se integraram ao “Semana do Brasil”, oferecendo promoções, descontos, extensão de prazo para pagamento, e outros benefícios aos consumidores. Conta ainda com a ação de veículos de comunicação e mídia.
Outubro: “Dia da criança”
“Dia da criança”: em 12 de outubro;
Viagens religiosas: Aparecida do Norte (SP) = fretamento de ônibus, vans, etc.
Novembro: “produtos específicos” e “Black-Friday”
Produtos específicos: flores e velas. Em novembro, no “dia de finados” (dia 02), verifica-se para produtos específicos relacionados à data, uma grande concentração de vendas de flores e de velas (estas repercutem positivamente sobre a indústria de velas).
“Black-Friday”: será em 27 de novembro. É uma data muito tradicional para o mercado de varejo dos EUA, Canadá, alguns países da Europa, o Japão e outros países asiáticos. As empresas no Brasil constatam a ampliação das vendas no período, ano a ano. Há situações em que empresas brasileiras estendem o “Black-Friday”, por até quinze (15) dias, mantendo as promoções. Grande parte das vendas é feita via e-commerce ou internet
Dezembro: Natal e final de ano
Período tradicional de maior concentração do ciclo de vendas, principalmente após o pagamento do 13.o salário. Após as compras dos consumidores, vem a fase de trocas de mercadorias, que pode exigir algum estoque adicional das lojas para atendimento de consumidores e sua viabilização.
Muitas empresas também efetuam as liquidações de “final de ano” na virada do ano, logo após o Natal, com múltiplas promoções e descontos. Tem sido cada vez mais frequente que os consumidores adiem as compras antes do Natal para realiza-las no período de liquidações pós-natalinas, na expectativas de usufruírem maiores descontos.
Neste cenário para o final de 2020, após a queda na demanda pelo mercado e redução das vendas até o mês julho, o empresário do varejo teve que aceitar uma contenção nas suas expectativas, devido a uma sequencia de efeitos multiplicadores restritivos e limitantes. O comercio varejista, em todo o Paraná, precisa melhorar seu desempenho, mesmo que não consiga recuperar os prejuízos já contabilizados. Muitas empresas fecharam, outras reduziram atividades, e adicione-se as limitações da redução no emprego e poder de compra, e a limitação no consumo das famílias, este, em parte compensado pelo Auxílio-Emergencial do Governo Federal, e Programa do Paraná de Auxilio ao Trabalhador.
A grande expectativa de todos nós é que, além da vacina para a Covid-19, possam os empresários do comercio iniciar uma recuperação, associada a melhorias das demais atividades do sistema econômico. No comércio, podem surgir no bimestre novembro-dezembro, os empregos temporários típicos de final de ano que absorvam trabalhadores e contribuam para melhorar o emprego e o poder de compra. E ao se referir a emprego e poder de compra, estamos pressupondo uma expansão atrelada à elevação da renda e da produção no Paraná, com reflexos na economia brasileira