Reformas garantem sustentabilidade a pequenas empresas

Fonte: Gazeta do Povo
27/05/2016
Gestão

Para um negócio ser sustentável ao longo do tempo e não correr o risco de perder mercado por ter ficado obsoleto, o empreendedor precisa planejar o investimento em reformas, troca de equipamentos e atualização de softwares. São gastos obrigatórios que devem ser feitos conforme o tempo passa, mas que podem gerar novas oportunidades de negócios se o empresário souber se planejar.

Todos os bens móveis da empresa, como máquinas, eletroeletrônicos e móveis, além da própria estrutura física da loja ou escritório vão se desgastar com o tempo. Alguns, conforme a tecnologia avança, perdem a sua utilidade e ficam ultrapassados. Deixar de prever no planejamento essas mudanças e não guardar recursos para manutenção, reforma ou troca é um erro comum, mas que pode comprometer a competitividade da empresa.

Para não cair nessa armadilha, o empresário deve, primeiro, mapear os equipamentos críticos ao negócio, segundo orientação do professor especialista em empreendedorismo e inovação do Instituto Superior de Administração e Economia (Isae), Rafael de Tarso Schroeder. Ele recomenda levantar quais são os bens essenciais para funcionamento da empresa, como computadores e máquinas, e aqueles de maior valor, como automóveis.

Com a lista em mãos, o empreendedor deve recorrer aos próprios fornecedores para saber o tempo de vida útil do objeto, ou seja, quantos anos aquele bem deve durar. Em muitos casos, é possível prever no contrato de compra manutenções programadas para aumentar o tempo de vida do produto e condições facilitadas para substituição por itens novos.

Reserva de dinheiro e seguro também são alternativas para evitar ser pego de surpresa quando uma máquina quebra, por exemplo. “Normalmente, as reservas são guardadas para um eventual problema, como demissão e aspectos legais, e para capital de giro. O empresário não planeja investimentos em equipamentos e reformas”, diz Schroeder. “É o que chamamos de gerenciamento de risco”, explica.

Na contabilidade, o desgaste dos bens móveis de uma empresa é chamado de depreciação e o valor é, normalmente, repassado no preço final do produto ou reduzido do pró-labore dos sócios. O cálculo pode ser feito pegando o valor do produto, dividindo pelo tempo de vida útil e depois por 12 para ter o valor referente a cada mês.

Mudanças dão origem a novas oportunidades

Além de manter o negócio sustentável e competitivo no mercado, mudanças nos bens móveis e imóveis podem gerar novas oportunidades de negócio. É o caso do Louis Hair Beauty Center, salão de beleza de Curitiba, que começou este ano de casa nova.

Após mais de dez anos num ponto muito pequeno e voltado ao público masculino, Luiz Roberto Gomes encontrou um sócio que investiu de R$ 300 mil a R$ 500 mil no negócio para alugar um ponto novo. Com um espaço de 300 m² e a compra de novos equipamentos, o atendimento foi ampliado para o público feminino. Com as mudanças, o salão passou de 200 a 600 clientes por semana.

Caso não seja possível recorrer a recursos próprios, os financiamentos também são uma alternativa. Foi o que fez, por exemplo, o Point Restaurante, de Laranjeiras do Sul, no interior do Paraná. A família Jacoski, que tinha uma pizzaria e bar há 13 anos, não queria mais trabalhar à noite e viu que a cidade carecia de um restaurante diurno.

Para começar a servir almoço por quilo, eles precisaram comprar novos equipamentos, como um buffet refrigerado e elétrico, ampliar o banheiro e trocar o piso. Somente as mesas e as cadeiras puderam ser aproveitadas.

O proprietário, José Maria Jacoski, recorreu a um financiamento do BNDES de R$ 170 mil, em 48 meses, para comprar todo o novo mobiliário. Com o investimento, eles passaram a ter capacidade de servir de 200 a 300 almoços por dia e também abrem o espaço para eventos, como confraternizações, casamentos e aniversários.

O professor do Instituto Superior de Administração e Economia (Isae), Rafael de Tarso Schroeder, orienta, antes de investir em reformas e manutenções não urgentes, analisar a relação custo-oportunidade.

Mas, em alguns casos, como de avanços tecnológicos, fica inevitável fazer mudanças. “Se eu demorar muito para testar, vai demorar ainda mais para ter retorno”, explica. O caminho é estar atento ao mercado e aos concorrentes.
 

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