O Banco Central do Brasil (BC) adiou a previsão para o real digital em pelo menos dois anos, estipulando 2024 como ano provável para início das operações de uma Moeda Digital de Banco Central (CBDC) brasileira.
A informação foi divulgada pelo CoinDesk, que questionou a instituição brasileira por e-mail. O BC explicou que o prazo para adoção de uma CBDC nacional dependia da evolução dos projetos atuais do banco e do cenário internacional.
“De acordo com a avaliação atual do BCB, as condições para a adoção de um CBDC brasileiro serão alcançadas em dois a três anos”, disse o banco ao CoinDesk.
A previsão contraria a estimativa anterior do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que esperava que o real digital pudesse estar pronto no próximo ano.
Os projetos atuais do banco citados na resposta, que são fundamentais para a evolução da CBDC, são o sistema Pix, que entrou em funcionamento com grande sucesso e adesão da população no ano passado; e o lançamento esperado do open bank, que tem previsão de acontecer ainda neste ano.
Real Digital
A rapidez com que o Pix se popularizou é algo que deixa o BC otimista. Segundo informou, só nos primeiros seis meses de uso, foram cadastrados mais de 87 milhões de usuários e realizadas mais de R$ 1 trilhão em transações. E a adoção do real digital traria ainda mais benefícios, avalia o BC.
“A implantação de um CBDC brasileiro pode fornecer novas ferramentas para fomentar a inovação e a competição em uma economia cada vez mais digital; reduzir o uso de dinheiro e, portanto, seu custo de manutenção; melhorar os processos de pagamento transfronteiras; coibir atividades ilegais e melhorar a inclusão financeira ”, observou.
Por fim, o Banco afirmou que o real digital vai coexistir com o dinheiro físico e os depósitos bancários e destacou que participa ativamente das discussões internacionais relacionadas aos padrões globais para CBDCs nacionais. Depois de divulgar diretrizes sobre o desenvolvimento da CBDC há alguns dias, a autarquia diz que o próximo passo é avaliar seu impacto na economia brasileira.
“Depois de estabelecer diretrizes gerais sobre as características desejáveis de um real digital, uma discussão aberta com as partes interessadas trará casos de uso e melhorará nosso entendimento dos potenciais dos CBDCs no caso específico da economia brasileira”, finalizou.