Pessimismo com economia bate recorde e atinge 65% dos brasileiros

Fonte: O Globo
22/03/2021
Geral

O pessimismo do brasileiro com a situação econômica do país atingiu o maior patamar desde o início da pandemia. Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado mostra que 65% dos brasileiros acham que a situação vai piorar. Em dezembro passado, 41% dos entrevistados tinham essa expectativa. A fatia dos que apostam em melhora da economia caiu de 28% para 11%

O patamar de pessimismo é o maior desde 1997, quando o Datafolha iniciou pesquisa dobre o tema. O recorde anterior era de março de 2015, quando 60% achavam que a situação iria piorar. O cenário era de recessão, iniciada no governo Dilma Rousseff (PT).

As mulheres demonstram mais pessimismo que os homens - 71% delas disseram que a situação econômica vai piorar; enquanto 59% dos homens disseram isso. Por região do país, o pessimismo é maior no Sul (68%), Sudeste e Nordeste (66%). No Norte e no Centro Oeste, o percentual ficou em 59%.

O desalento é maior entre desempregados (72%) e funcionários públicos (69%). Por faixa de renda, há pouca diferença. Entre os que ganham até dois salários mínimos o percentual é de 65%. Entre os que têm renda acima de dez salários mínimos mensais, de 67%.

Entre os que receberam auxílio emergencial do governo em 2020, 67% também acreditam num cenário pior. Entre os que não receberam, de 64%.

Segundo o Datafolha, a perspectiva é oposta à do fim de 2018, depois da eleição do presidente Jair Bolsonaro, quando 65% dos entrevistados esperavam melhora na economia e apenas 9% apostavam em piora.

Nesta pesquisa, feita por telefone entre os dias 15 e 16 de março, com 2.023 pessoas, a expectativa positiva é maior entre estudantes (18%), empresários (17%) e os que dizem não ter medo do coronavírus (17%). A margem de erro é de dois pontos percentuais para baixo ou para cima

A falta de perspectiva de melhoria econômica ocorre num momento em que a pandemia está em descontrole, com ameaça de colapso na rede hospitalar. Estados e municípios têm adotado medidas mais duras para conter o avanço do coronavírus, como fechamento do comércio e antecipação de feriados. Nesta semana, a  Volkswagen anunciou paralisação da produção por 12 dias, em todas as suas fábricas no país, devido à pandemia. Em 2020 a empresa suspendeu a produção entre março e abril, no início da pandemia.

Em entrevista à imprensa internacional, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que é preciso acelerar a vacinação no país. Reconheceu que o percentual da população vacinada é muito baixo.

— A reação só pode ser uma: vacinação em massa para garantir o retorno seguro ao trabalho.

Guedes se tornou um defensor da vacinação em massa para permitir a retomada da economia e chegou a se reunir com executivos da Pfizer para acertar a compra de 100 milhões de doses de vacina.

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