O ano de 2020 terminou com recorde na criação de microempreendedores individuais (MEIs) no Brasil. Segundo dados do Portal do Empreendedor, foram quase 2 milhões de novos registros - o maior número desde 2009, quando entrou em vigor a lei regularizando a categoria.
Com isso, o país alcançou um total de 11,3 milhões de MEIs ativos, 20% a mais do que no fim de 2019, quando o segmento tinha 9,4 milhões de registros.
De acordo com o Sebrae, um terço das formalizações é de pessoas que começaram a empreender por necessidade. Para o diretor-superintendente da entidade, Wilson Poit, a crise gerada pela pandemia impulsionou esse crescimento.
“Os fatos estão relacionados. Com a dificuldade de recolocação no mercado, uma parte das pessoas passa a empreender por necessidade e o MEI é a porta de entrada para esse pessoal. Ou seja, se não há emprego, o pessoal cria o próprio emprego”, afirma Poit.
O diretor da entidade afirma também que a maioria dos empreendedores vem atuando na área de alimentação, artesanato, cursos online, entre outros.
“O MEI muitas vezes utiliza a própria residência como local de trabalho e aproveita a habilidade que já tem para seguir trabalhando”, avalia. Para ele, a formalização de empreendedores individuais deve seguir em ascensão em 2021.
Outro dado que chama atenção é a alta nos atendimentos (virtuais e gratuitos) feitos pelo Sebrae ao longo do ano. Segundo a entidade, foram mais de 261 mil consultorias e capacitações em 2020 — número quase três vezes maior do que em 2019.