O mercado de seguro agrícola brasileiro, que em 2022 cresceu mais de 30% e chegou a R$ 6,3 bilhões pagos em apólices (prêmios), poderá se expandir na mesma proporção em 2023, avalia Joaquim Neto, presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).
As contratações tendem a aumentar com um possível El Niño, fenômeno climático que pode trazer mais chuvas ao Centro-Sul e fazer com que um número maior de produtores da região busque proteção contra perdas no campo. “Queremos crer que os governos estaduais e federal manterão ou ampliarão programas de subvenção de seguros”, diz Neto, lembrando que seguradoras pagaram R$ 8,8 bilhões em indenizações em 2022, mais do que ganharam em prêmios.
Nos últimos dois anos, o seguro agrícola não foi bom negócio para as empresas. Elas desembolsaram mais com indenizações do que receberam em apólices. Em 2022, os sinistros equivaleram a 140,23% dos prêmios; em 2021, a 110,9%. “O saudável é 60%. É possível”, afirma Neto.
Para compensar os desembolsos mais frequentes no Sul, as empresas buscarão avançar no Centro-Oeste, onde estão grandes produtores e pedidos de indenização costumam ser menores. Neto diz que o agro brasileiro segue atraindo novos players. Hoje 15 trabalham com seguro agrícola e há mais 3 para ingressar no segmento.