A CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) revisou para mais o crescimento da arrecadação do setor neste ano. A previsão é que a alta alcance 13,7% desta vez (anteriormente era de 10,3%), totalizando quase R$ 350 bilhões de arrecadação (sem Saúde e DPVAT), segundo o novo levantamento. O desempenho projetado para os seguros de Danos e Responsabilidades, de Coberturas de Pessoas e de Capitalização, todos com expansão estimada de dois dígitos, demonstra uma reação mais uniforme de todo o mercado. No segmento de Danos e Responsabilidades, projeta-se uma expansão de 20,5% no ano; em Coberturas de Pessoas, alta de 10,6% e em Capitalização, outros 13,0%. A projeção da entidade é atualizada a cada três meses.
O grupo dos seguros de Automóveis, um dos mais representativos em termos de arrecadação, deverá manter a demanda aquecida no segundo semestre, assegurando o viés de forte alta do segmento de Danos e Responsabilidades, segundo a CNseg. A previsão é de que a demanda pelos seguros de Automóveis suba 26,0% no ano. No acumulado de 12 meses móveis até junho, o seguro Automóvel experimentou alta de 20,3% na arrecadação. Segundo o levantamento da CNseg, “observa-se que o aumento de prêmio, assim como o pagamento de sinistros (até junho, as indenizações acumularam alta de 39,1% em 12 meses móveis), está relacionado à expressiva valorização apresentada por carros usados e seminovos desde 2021, como reflexo da redução na oferta de veículos novos”, disse Dyogo Oliveira, presidente da Confederação.
Nos seguros Patrimoniais, seus três subgrupos (Massificados, Riscos de Engenharia e Grandes Riscos) apresentam também desempenho favorável, constata a CNseg. Nos últimos 12 meses até junho, o grupo acumulou crescimento de 18,7%. No ano, projeta-se que a demanda continuará ascendente, assegurando alta de 18,9% dos seguros Patrimoniais no ano. Ainda no segmento de Danos e Responsabilidades, dois outros destaques são o seguro Habitacional, com alta esperada de 12,8% no ano, e o de Transportes (14,5%).
Fora da curva em termos de expansão, apresenta-se o seguro Rural, que já cresceu 40,1% em 12 meses até junho (contra o período imediatamente anterior) e deve fechar o ano em alta de 23,8%. A demanda firme desde 2021 tem a ver com a precaução dos produtores diante dos extremos climáticos, além da subvenção para contratação de suas coberturas. O Ministério da Agricultura liberou R$ 990 milhões para o seguro Rural neste exercício, o que possibilitará a contratação de aproximadamente 140 mil apólices em todo o País no ano.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ressalva que, para seguro atender a mesma demanda do ano passado, seria necessária a suplementação de R$ 710 milhões, totalizando R$ 1,7 bilhão em subvenção. Como não há garantias de que haverá a suplementação, o mais provável é que o seguro não cresce no mesmo ritmo do apresentado no primeiro semestre. As indenizações pagas em 2022 alcançaram o montante de R$ 8,5 bilhões, valor 227,0% maior do que o do primeiro semestre de 2021, relata a CNseg.
O segmento de Coberturas de Pessoas – que cresceu 7,1% nos 12 meses até junho- deve ter alta de 10,6% na arrecadação. Nos Planos de Acumulação, que representam mais de 70% do segmento de Pessoas, a previsão é de que as contribuições mantenham a tendência ascendente e encerrem o ano com alta de 9,7%. Nos Planos de Risco, projeta-se um crescimento de 13,0% na receita anual. Já o faturamento dos Títulos de Capitalização, com alta de 10,3% nos 12 meses findos em junho, deve apresentar alta de 13% no ano.