O IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) subiu 2,94% no mês de março, informou a FGV (Fundação Getúlio Vargas) nesta terça (30). Em 12 meses, a inflação do aluguel —como o indicador é conhecido— acumula alta de 31,10%.
A alta terá efeito sobre os contratos de locação com vencimento em abril. Se o proprietário decidir aplicar integralmente a variação do IGP-M, um alguel de R$ 2.000 passará a custar R$ 2.622 no mês de maio.
Segundo a FGV, o índice continua sofrendo a pressão dos preços de produtos agropecuários. Em março, todos os componentes do IGP-M subiram.
André Braz, coordenador de índice de preços, diz que a alta dos combustíveis neste mês também contribuiu para a elevação de dois tipos de inflação que compõem o IGP-M, o IPA (Índice de Preço ao Produtor Amplo) e o IPC (Índice de Preços ao Consumidor).
No IPA, o óleo diesel registrou alta de 25,87% em março, e a gasolina automotiva, 23,81%, as duas maiores influências positivas. Ainda aparecem em elevação o minério de ferro (2,68%), a soja em grãos (1,93%) e os adubos e fertilizantes (14,32%).
No IPC, os grupos de despesas com maiores elevações em março foram alimentos e transportes, com altas de 12,06% e 7,55%, respectivamente.
Por produto, os itens que mais influenciaram foram gasolina, que subiu 11,33%, etanol, com 16,64%, e gás de botijão, 4,23%.
A inflação da construção civil, o INCC, registrou alta de 2% em março, pressionada pelos preços de materiais, equipamentos e serviços, grupo de despesas que acumula elevação de 22,54% em um ano.
Em março, os preços de vergalhões e arames de aço ao carbono subiram 19,39%, a maior influência de alta no INCC. Tubos e conexões de PVC tiveram variação de 7,62%, e tubos e conexões de ferro e aço, 5,64%.
A indústria da construção vem apontando os preços de matérias-primas como um risco à sustentabilidade de contratos, principalmente no segmento de habitação econômica via Casa Verde e Amarela.
Há uma semana, A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) pediu ao governo a redução do imposto de importação do aço. A entidade diz que 84% das empresas que atuam no setor estão relatando desabastecimento do material.
Apesar da aceleração do IGP-M desde o ano passado, o setor imobiliário diz que o repasse não está chegando integralmente aos contratos de aluguel, prinicipalmente os residenciais.
A pesquisa de locação do Secovi-SP (sindicato da habitação) mostra uma elevação de 0,80% no valor médio dos aluguéis na capital paulista nos 12 meses até fevereiro. Para a entidade, a variação demonstra estabilidade e também a prevalência de negociações entre proprietários e inquilinos.
Além de ser o índice mais usado no mercado imobiliário, o IGP-M também é utilizados nos cálculos de reajustes e revisões tarifárias dos setores de energia elétrica e de telefonia. Ele é também o indexador de contratos de empresas prestadoras de serviços, como educação e planos de saúde.