Entusiasmo é a palavra que define a reação do público que participou do Fórum Virtual de Contabilidade do CRCPR ao logo das últimas quatro noites, pelo que se pode auferir a partir dos comentários publicados positivos publicados nos chats das transmissões, e mensagens recebidas pelos palestrantes e pelas redes sociais do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná.
Com um total de 3.128 inscritos, representando 16 estados brasileiros, e também com participações registradas a partir de outros países, o maior evento da classe contábil do Paraná em 2020, que começou na noite de segunda-feira, com a palestra do presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) Zulmir Breda, sobre os desafios e oportunidades da profissão contábil, já se transformou em um marco de sucesso na história do CRCPR, com uma média de público de 1,3 mil espectadores por noite e com mais de 22 mil visualizações dos vídeos transmitidos e disponibilizados no YouTube. O perfil do público dividiu-se igualmente entre profissionais e estudantes. “Este é um fator que consideramos extremamente importante, pois queremos que o estudante de Ciências Contábeis saia da faculdade conhecendo o seu Conselho Profissional e sabendo o que o espera no mercado de trabalho, ajudando-o a traçar com mais segurança os rumos para a sua carreira”, disse o vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CRCPR, Aguinaldo Mocelin.
A vice-presidente de Registro do CFC, Lucelia Lecheta, iniciou sua participação na palestra de encerramento chamando a atenção para o fato de que, apesar do distanciamento imposto pelas medidas adotadas pelas autoridades para controlar a disseminação do novo coronavírus, o empresário contábil nunca esteve tão próximo de seus clientes, sendo tão essencial a todos eles. “Quando você é essencial, com certeza tem futuro essa profissão. Eu, pelo menos, tenho visto dessa forma o nosso mercado”. Concordando com esse pensamento, o presidente do CRCPR, Laudelino Jochem, observou que, apesar da pandemia, o mercado contábil continua aquecido, embora requerendo visões e modos de atuação diferentes. “A Contabilidade sempre foi um mercado muito atraente e sempre que visualizamos crises, sejam políticas, econômicas e de qualquer natureza, esses são os melhores momentos para as empresas e os profissionais [contábeis] se destacarem”. Ele também chamou a atenção para a necessidade de que o profissional da contabilidade tenha um olhar mais sistêmico dos cenários político e econômico e tenha uma atuação mais holística para se preparar para uma possível piora da conjuntura econômica a partir do segundo semestre de 2021. “Nós temos que encarar isso com maestria e nos planejarmos, antecipando esse cenário para que possamos atravessá-lo com coerência e maturidade”, disse.
Ao longo da palestra, eles abordaram as principais preocupações atuais das empresas contábeis. Ao final da palestra, Lecheta falou sobre um dos temas mais polêmicos da atualidade, a precificação dos serviços contábeis. “Eu acho que esse é o grande desafio das organizações contábeis. A gente vai aprendendo na prática. Você começa a comparar, muitas vezes observa outros negócios, que têm sucesso aprendendo com a prática do dia a dia, mas mesmo com 30 anos de atuação no mercado, a gente ainda erra às vezes. A gente erra menos quando conhece bem o negócio que está trazendo para dentro do seu escritório, principalmente quando não é você que está fazendo a constituição da empresa, ou seja, já é um negócio formado. Então você precisa gastar um bom tempo conhecendo essa empresa, avaliar riscos. Havia um tempo em que se precificava avaliando quantas notas o cliente emitia por mês. Isso hoje não faz mais o menor sentido, porque você importa centenas de notas em minutos”, analisa. “Não existe fórmula mágica. O que você tem hoje é algumas ferramentas que auxiliam, mostrando, por exemplo, quanto tempo se gasta nas tarefas, mas ainda tem muitas variáveis que precisam ser observadas para fazer uma boa precificação”, conclui.
Já o presidente Laudelino, encerrou sua participação analisando o processo de consolidação do mercado contábil. “Esse é um processo que já vem ocorrendo há algum tempo, como já aconteceu em outros setores, em que os maiores foram incorporando os menores. Provavelmente, dentro de três ou quatro anos, teremos um mercado contábil muito diferente, com o uso de tecnologias”, adverte. “Vamos ver que não existem mais limites [geográficos] para captar clientes. Hoje podemos atender clientes do Brasil inteiro e tem muitas empresas de contabilidade que não perceberam isso. Vamos ver empresas que não têm mais sequer uma sede física. Tudo isso está borbulhando. As empresas hoje precisam observar muito esse cenário para identificar as tendências, porque novos players, mais agressivos, estão entrando e vão modificar essa conjuntura. Aquilo que durante décadas se fazia de uma determinada maneira, vai mudar e vai se consolidar. Quem conseguir ver tudo isso antes, vai ter vantagens competitivas”, observa, estabelecendo o elo com o tema geral do evento – Contabilidade no amanhã, mude antes que mude!
“Fica aqui o nosso agradecimento aos participantes, pelo reconhecimento e aos palestrantes, pela generosidade de compartilhar seus conhecimentos e experiências conosco. Fizemos o possível para entregar conteúdo de qualidade e aplicabilidade, mobilizando os conselheiros, os membros das comissões de trabalho e os funcionários para trazer palestrantes de primeira grandeza, com objetividade e enfoque ágil e inovador. Creio que esse objetivo foi alcançado. Aproveito também para ressaltar o comprometimento de todos os envolvidos na organização, que certamente foi fundamental para colocar no ar, de forma bem sucedida, um evento dessa magnitude”, enaltece o presidente do CRCPR.