Variações em mercadorias como combustível, óleo, arroz podem ser sentidas de forma drástica, mês a mês, pelos consumidores e essas flutuações são acompanhadas e medidas pelos índices IPCA e IGP-M.
Os dois índices podem refletir a inflação ao medir a oscilação de valores de serviços e produtos consumidos pelas pessoas comparando o custo de vida frente essas mudanças.
Embora tenham essa função em comum, possuem diferenças consideráveis e, em um mesmo período, podem ter números completamente discrepantes.
No mês de junho, o acúmulo do IPCA foi de 8,35% ao ano, já o IGP-M resultou em mais de quatro vezes esse número, alcançando 35,75% ao ano. Entenda como e porque isso acontece.
Significado dos índices
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerado o índice oficial de inflação no Brasil. Ele mede a variação de preços de produtos e serviços para o consumidor final;
Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M): medido e divulgado todo mês pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), sendo criado para ser uma medida mais ampla da variação de preços, incluindo o processo como um todo e não só o valor que chega no final da venda.
Diferença entre eles
Pela própria descrição dos seus papéis é possível verificar onde reside sua diferença: em suma, o IPCA analisa o valor final do produto, enquanto o IGP-M considera a variação de preço que ocorre durante as etapas de produção dos produtos.
Mesmo tendo a mesma função de medir a inflação em certo período, a análise feita por cada índice possui um recorte diferente e tem influência direta da alta do dólar.
Como o IPCA mede apenas o produto final, o dólar incide apenas nesse momento. Já no IGP-M, que considera todos os passos da produção, essa alta do dólar interfere em mais momentos, influenciando mais o índice e portanto justificando essa distância significativa entre eles.