Empresas aderem ao serviço delivery e vibram com resultados

Fonte: O Globo
24/04/2020
Coronavírus

O primeiro delivey a gente nunca esquece. Ainda mais se o serviço de entrega for implantado por força de uma necessidade de sobrevivência, e não do desejo de criar um novo posicionamento no mercado. A pandemia da Covid-19 fez com que pequenos empresários, que ainda não viam motivos para levar seus produtos diretamente ao encontro dos clientes, revisitassem a forma de fazer negócio.

O dia a dia de Leonardo Correa, atacadista do Cadeg há 25 anos, era vender frutas, legumes e verduras para hotéis, bares e restaurantes. Com o fechamento de vários estabelecimentos, o empreendedor viu seu faturamento cair cerca de 80%. Foi aí que veio a ideia que o ajudaria a seguir em frente: oferecer para o varejo uma feira domiciliar.

— Criar o Nossa Feira Delivery foi a maneira que encontrei de diversificar. Eu tenho feito, em média, 35 entregas por dia. Se conseguir pagar as despesas e não precisar demitir ninguém, já está bom — diz o empresário.

A suspensão das atividades escolares foi o pesadelo de Hélio Costa, dono da Papelaria Magu, na Tijuca. Acostumado a atender há mais de duas décadas no formato presencial, o empresário se viu obrigado a rever seus conceitos.

— Ter que fechar as portas da loja foi uma coisa inédita e assustadora. Mas no primeiro dia do nosso delivery não parei, trabalhei mais de 12 horas. As pessoas começaram a pedir cartuchos para impressoras, papel e materiais para as crianças fazerem trabalhos manuais em casa, como canetinhas, massinhas e tesouras, além de baralhos e jogos de tabuleiro  — conta o empreendedor.

O distanciamento social também esfriou os negócios de Alessandra Rabelo, que enxergou no serviço de entrega uma chance de aquecer as vendas da Rainbow Ice Cream, na Tijuca.

— Os pedidos de delivery não são tantos quanto eu gostaria, mas é um trabalho de formiguinha, de divulgação na internet, em grupos de WhatsApp e no boca a boca. O que estou faturando com o serviço de entrega não salva a pátria, mas pelo menos está pingando algum dinheiro para a gente tentar sobreviver — diz a empresária.

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