Os efeitos da pandemia do coronavírus estão sendo sentidos diretamente pelos empresários do comércio de bens, serviços e turismo. Com menor número de consumidores circulando pelas ruas, as vendas diminuíram consideravelmente.
Segundo estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as perdas diretas impostas ao comércio pela crise do coronavírus superaram R$ 53 bilhões. Esse número representa uma retração de 46,1% se comparado ao mesmo período do ano anterior.
De acordo com o diretor do Sistema Fecomércio, Rodrigo Rosalem, são três principais fatores para a queda na renda do setor. Primeiro, muitos comércios não estão autorizados a abrir as portas. O segundo ponto é que o número de pessoas circulando nas ruas está muito baixo. E, por último, temos o medo dos consumidores quanto a manutenção do emprego e renda, fazendo com que muitos evitem gastar.
“Um agravante é que as famílias estão preocupadas com esse momento novo, por quanto tempo isso vai durar e qual impacto pode ter em sua vida financeira. Estão nesse sentido, tentando preservar os recursos com uma reserva para passar esse tempo de crise. O medo do desemprego e da queda de renda fazem com que as pessoas tenham menos propensão a gastar e fazer dívidas”, declarou o diretor.
Outro efeito a médio prazo será o reflexo indireto da questão do câmbio. Com a alta do dólar os insumos ficam mais caros e os produtos tendem a subir de preço. Mesmo os supermercados, que sentiram menos os impactos da crise por trabalhar com produtos de primeira necessidade, podem sentir com o aumento do preço das mercadorias.
Soluções na crise
Alguns empresários buscam soluções que os afastem dos efeitos negativos da crise. Os serviços de entrega em domicílio aumentaram consideravelmente. Empresas que antes não possuíam esse recurso de venda, hoje podem contar apenas com essa alternativa.
Outra solução é a prestação de serviços em domicílio, que preserva o isolamento social e não deixa de atender o cliente. “Estamos em uma corrida para as empresas se adaptarem, principalmente na comunicação com seus clientes, para prestar esses serviços de entrega em casa”, destacou Rosalem.
Fecomércio e governo do estado
A Fecomércio PR tem feito um trabalho junto com as lideranças do setor produtivo paranaense (G7), sentando com o governo do estado para discutir alternativas para minimizar esse impacto.
“Nosso papel é conversar com o governo estadual e municipal para tentar minimizar os impactos dessas restrições, principalmente na renda e no emprego das pessoas. Mas sempre com muita responsabilidade. Temos conversado de forma próxima com o governo do estado para garantir o controle da pandemia e também preservar o maior número de empregos”, finalizou.
Fazem parte do G7, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Federação e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Fecoopar), Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar) e Associação Comercial do Paraná (ACP).