O movimento do comércio nas vendas para o Dia dos Pais deve ter crescimento menor do que o registrado no ano passado, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A CNC projeta uma alta de 2,1% nas vendas na data em 2019, já descontada a inflação, abaixo do avanço registrado nos dois últimos anos.
"Este será o terceiro ano consecutivo de crescimento, mas, levando-se em conta o desempenho dos últimos anos (3,6% em 2017 e 4,1% no ano passado), o setor ainda não retomou o ritmo de antes da crise", afirma a entidade.
A pesquisa aponta que os segmentos de hiper e supermercados serão o destaque positivo da data, com 40,4% do total de vendas. Em seguida, vêm o ramo de artigos de uso pessoal e doméstico, como utilidades para o lar e eletroeletrônicos (15,6%), e o de vestuário e calçados (12,9%).
Apesar do menor crescimento, a CNC estima que a data irá movimentar cerca de R$ 5,6 bilhões, o correspondente a 4,5% de todo o faturamento esperado pelo setor no mês de agosto. O Dia dos Pais é considerada a quarta data comemorativa mais importante do varejo.
Desemprego alto e economia fraca
Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, mesmo que o crescimento das vendas não seja tão significativo, pois o consumo ainda esbarra na "lenta tendência de queda do desemprego e ociosidade no mercado de trabalho".
A Boa Vista também prevê um crescimento menor das vendas neste Dia dos Pais: de, no máximo, 1,5% ante uma alta de 2,8% no ano anterior. "O desempenho das vendas na data, assim, deve repetir a tendência observada nas datas comemorativas do primeiro semestre, quando o movimento do comércio frustrou as expectativas do varejo", avaliou.
Segundo os economistas da Boa Vista, o alto nível de desemprego, o aumento do endividamento e confiança reduzida estão segurando o ritmo de expansão das vendas, apesar das condições favoráveis do mercado de crédito.