Desemprego fica em 14,1% no trimestre encerrado em novembro

Fonte: O Globo
28/01/2021
Geral

A taxa de desemprego no Brasil ficou em 14,1% no trimestre encerrado em novembro, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) do IBGE, divulgados nesta quinta-feira. É a maior taxa para o período desde 2012, quando foi iniciada a série histórica.

A taxa é levemente menor que registrada no trimestre encerrado em agosto (14,4%), que serve de base de comparação. O IBGE considera, no entanto, que o índice ficou estável, por ser uma variação muito pequena. Ainda há 14 milhões de brasileiros à procura de uma vaga.

Apesar da taxa de desemprego elevada, a pesquisa traz sinais positivos que indicam alguma recuperação do mercado de trabalho. A dúvida, segundo analistas, é se essa melhora vai se manter diante do aumento de casos de Covid-19 e o recente retorno a medidas restritivas para conter o avanço da doença.

O principal indicador positivo é o crescimento da população ocupada, que foi recorde da série. Houve alta de 4,8% do número de ocupados no trimestre encerrado em novembro, chegando a 85,6 milhões. São 3,9 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho em relação ao trimestre anterior

"Essa expansão está ligada à volta das pessoas ao mercado que estavam fora por causa do isolamento social e ao aumento do processo de contratação do próprio período do ano, quando há uma tendência natural de crescimento da ocupação”, explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

Comércio abre vagas

O aumento na ocupação foi mais intenso no comércio: mais 854 mil pessoas passaram a trabalhar no setor no trimestre encerrado em novembro.

“O comércio foi o setor que mais absorveu as pessoas na ocupação, causando reflexos positivos para o trabalho com carteira no setor privado que, após vários meses de queda, mostra uma reação”, ressalta Adriana

Outras oito atividades econômicas investigadas pela pesquisa tiveram crescimento de número de ocupados. Na indústria, a alta foi de 4,4%, com ganho de 465 mil trabalhadores empregados no setor.

Houve expansão tanto do emprego informal quando das vagas com cateira assinada. O emprego informal cresceu 11,2% no trimestre, somando agora 9,7 milhões de pessoas.

Já o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada aumentou 3,1% (895 mil pessoas a mais) e agora soma 30 milhões. No mesmo período, a categoria dos trabalhadores domésticos aumentou 5,1% e agora é formada por 4,8 milhões de pessoas.

Também houve crescimento de 1,4 milhão de pessoas no contingente de trabalhadores por conta própria, que chegou a 22,9 milhões.

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