Crise fechou 226,5 mil lojas em todo o País no ano passado

Fonte: Jornal do Comércio
01/03/2018
Comércio

A crise econômica fez 226,5 mil lojas fecharem as portas em todo o País, segundo levantamento divulgado ontem pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No ano passado, o saldo entre aberturas e fechamentos de estabelecimentos comerciais ainda ficou negativo em 19,3 mil unidades. Em 2016, já tinham sido fechadas 105,3 mil lojas. Em 2015, outros 101,9 mil estabelecimentos encerraram as atividades.

Para 2018, a previsão é de alguma recuperação, embora ainda longe de reverter as perdas passadas. A CNC espera uma abertura líquida de 20,7 mil novos estabelecimentos comerciais até o fim deste ano. "A defasagem entre o comportamento das vendas e os investimentos em novos estabelecimentos comerciais não permitiu que o setor fechasse o ano no azul do ponto de vista do aumento do número de lojas", justificou Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC.

A volta das contratações no setor indica um início de recuperação do comércio. Em 2017, 26,5 mil vagas formais foram criadas, após 175,2 mil despensas em 2015 e outros 176 mil demitidos em 2016.

Nas 26 unidades da federação onde foram registrados fechamentos líquidos de lojas no ano passado, os saldos foram menos negativos do que em 2016. Apenas em Santa Catarina - estado a computar o maior aumento de vendas ( 14,6%) - houve registro de expansão no número de lojas ( 207 unidades) em 2017.

O destaque negativo foi o Rio de Janeiro, responsável por 9% das vendas do varejo nacional e 33% dos fechamentos. São Paulo, estado que concentra 29% do faturamento do varejo nacional, perdeu 4.653 lojas em 2017 (24% do total nacional).

A entidade projeta crescimento de 5,1% no volume de vendas do comércio varejista para este ano. Conforme a CNC, as vendas começaram a reagir positivamente em abril de 2017 e aceleraram na segunda metade do ano. De julho a dezembro do ano passado, o volume cresceu 7,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O ano fechou com avanço de 4%.

Entre os segmentos, os hiper e supermercados se destacaram negativamente em números absolutos em 2017 (-5.692), seguidos pelas lojas de material de construção (-3.714) e de utilidades domésticas e artigos de uso pessoal (-2.221).

Por outro lado, estabelecimentos especializados em itens de informática e comunicação ( 21) e farmácias, perfumarias e cosméticos ( 426) registraram aberturas líquidas após quatro anos.

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