Motor da economia brasileira, o consumo das famílias teve variação negativa de 0,1% no primeiro trimestre de 2021 em relação aos três últimos meses de 2020. O dado foi divulgado nesta terça-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O consumo das famílias é o principal componente do PIB (Produto Interno Bruto) sob a ótica da demanda, respondendo por cerca de 60% do cálculo do indicador.
A retração de 0,1% veio após avanço de 3,2% no quarto trimestre do ano passado. A perda de fôlego do consumo entre janeiro e março coincidiu com a suspensão do auxílio emergencial, que protegeu a renda de trabalhadores prejudicados pela pandemia em 2020. Os pagamentos do benefício só foram retomados em abril pelo governo federal.
No primeiro trimestre, também houve piora da pandemia no país. A situação provocou restrições a atividades de comércio e serviços, embora as taxas de isolamento tenham ficado menores se comparadas ao início da crise sanitária.
Além das incertezas da pandemia, inflação e desemprego em alta são apontados por especialistas como desafios para a recuperação consistente do consumo nos próximos meses.
O IBGE também confirmou nesta terça-feira que os investimentos produtivos na economia brasileira, a chamada Formação Bruta de Capital Fixo, subiram 4,6% no primeiro trimestre. A FBCF mede aportes destinados para compra de máquinas, equipamentos e materiais de construção.
O PIB sob a ótica da demanda contempla ainda exportações, importações e consumo do governo.
As exportações subiram 3,7% no primeiro trimestre. Os embarques vêm sendo beneficiados pelo dólar alto e por sinais de reação na economia mundial.
Já as importações, que ficam mais caras com a moeda americana em patamar elevado, tiveram crescimento de 11,6% entre janeiro e março.
Por fim, o consumo do governo teve variação negativa de 0,8%, conforme o IBGE.