A Confederação Nacional do Comércio (CNC) prevê que o Natal deste ano será o melhor dos últimos oito anos na criação de vagas temporárias, um alívio para milhões de pessoas que integram os elevados índices de desemprego do País. A estimativa é que haja a contratação de 94,2 mil trabalhadores para atender ao aumento sazonal das vendas neste fim de ano.
A entidade prevê ainda aumento de 3,8% nas vendas natalinas, em comparação com o ano passado. O motivo para o incremento, segundo a CNC, é o avanço da vacinação no País e consequente aumento da circulação de consumidores.
No ano passado, ainda sem vacinas no Brasil, o Natal abriu apenas 68,3 mil vagas temporárias, a menor oferta em cinco anos.
Regionalmente, São Paulo (25,55 mil), Minas Gerais (10,67 mil), Rio de Janeiro (7,63 mil) e Paraná (7,19 mil) devem concentrar 54% das ofertas de vagas.
Os maiores volumes de vagas ofertadas devem acontecer nos ramos de vestuário e de hiper e supermercados. Segundo Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo, as lojas de vestuário, acessórios e calçados são, historicamente, as origens da maior parte dos empregos especializados neste período do ano.
EFETIVAÇÃO DE TEMPORÁRIOS
Além de projetar para este Natal o maior número de vagas temporárias dos últimos oito anos, a CNC estima que a taxa de efetivação desses trabalhadores também será superior aos últimos cinco anos, com expectativa de absorção de 12,2% desse contingente.
No ano passado, essa efetivação atingiu apenas 0,2% dos empregos temporários. A maior taxa registrada nos últimos dez anos ocorreu em 2015, quando foram efetivados 24,5% do quadro temporário do Natal.
"As incertezas quanto à rapidez no combate aos fatores que têm dificultado uma evolução ainda mais favorável das condições de consumo e os desdobramentos decorrentes da crise hídrica tendem a impedir uma taxa de efetivação próxima àquelas observadas antes de 2016", explica Bentes.
SALÁRIOS
Segundo cálculos da CNC, o salário médio de admissão para as vagas temporárias no Natal deverá ser de R$ 1.608, valor 5,1% maior em relação a igual período do ano passado.
Assim como em 2020, os maiores salários deverão ser pagos pelas lojas especializadas na venda de produtos de informática e comunicação (R$ 1.866) e pelo ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos (R$ 1.647) - contudo, esses segmentos deverão responder por apenas 0,8% das vagas totais.
Em relação às profissões, a confederação estima que oito em cada dez vagas criadas devem ser preenchidas por vendedores (60,7 mil) e operadores de caixa (15,2 mil). Farmacêutico (R$ 3.373) e gerente administrativo (R$ 3.054) devem receber os maiores salários médios, informa a CNC.