A Black Friday da pandemia foi marcada pelo forte avanço no comércio eletrônico. Pela primeira vez, as vendas on-line superaram as das lojas físicas desde que a data entrou para o calendário do varejo nacional. Elas responderam por 50,4% do volume transacionado na sexta-feira, segundo dados do Itaú Unibanco.
Sexta-feira é geralmente o dia de pico nas vendas do fim de semana da Black Friday. De acordo com levantamento do banco, que considera as transações de cartão de crédito, as vendas digitais neste dia cresceram quase 13% em relação a igual período de 2019.
Um terço das operações com cartão de crédto no Brasil são do Itaú.
Outras pesquisas já apontavam para o avanço do comércio eletrônico nos dias de ofertas, mas ainda não mostravam a diferença entre o volume vendido na internet e nas lojas físicas.
O crescimento das vendas on-line foi puxado principalmente por quatro setores, segundo o Itaú: restaurantes (+88%), material de construção (+63%), drogarias e cosméticos (+37%) e lojas de departamento (+31%).
Por outro lado, o volume de vendas nas lojas físicas, que caiu 27% em relação a 2019, foi afetado principalmente pela queda no setor de viagem e turismo (-44%) e vestuário (-37%).
Com a pandemia, menos pessoas foram às ruas procurar descontos e poucas ainda se arriscam a gastar dinheiro com viagens, pois não sabem quando a situação da Covid estará normalizada.
“O crescimento na preferência dos consumidores pelas compras online é uma tendência do varejo”, diz Fernando Amaral, diretor de cartões do Itaú Unibanco.
Entre os novos meios de pagamento usados na Black Fiday, o Itaú destaca o cartão virtual, que cresceu 153% em relação ao ano passado, e a maior utilização dos cartões com tecnologia contactless, que permitem transações por aproximação nas compras físicas
Dados do Ebit/Nielsen, que consideram o período de ofertas entre quinta e domingo, mostram um volume de R$ 5,5 bilhões de vendas on-line neste período.