Impulsionadas pela Black Friday, as vendas no varejo brasileiro subiram 0,6% em novembro na comparação com o mês de outubro, que registrou 0,1%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta quarta-feira (11).
"Novembro registrou o patamar mais elevado desde dezembro de 2016. Isso mostra que o setor vem mantendo a recuperação”, disse a gerente da pesquisa, Isabella Nunes.
Este é o sétimo mês positivo seguido do comércio varejista em 2019, com ganho acumulado de 3,3% no período. Na comparação com o mesmo mês em 2018, a alta foi de 2,9%, oitava taxa positiva seguida.
O número frustrou, porém, as estimativas do mercado. Economistas ouvidos pela agência Bloomberg projetavam crescimento de 1,1% ante outubro e de 3,9% na comparação com novembro de 2018.
Das oito atividades pesquisadas pela PMC (Pesquisa Mensal de Comércio), quatro registraram alta, sendo que três delas foram diretamente influenciadas pela Black Friday: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (4,1%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,0%) e móveis e eletrodomésticos (0,5%).
A outra atividade a registrar crescimento foi a de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (2,8%).
O setor de maior peso no varejo, de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, ficou estável (0,0%), de acordo com a pesquisa.
Já os demais segmentos ficaram no negativo, como tecidos, vestuário e calçados (0,2%); combustíveis e lubrificantes (0,3%); e atividade de livros, jornais, revistas e papelaria (4,7%).
Na comparação por regiões do Brasil, o comércio cresceu em 22 das 27 unidades federativas, com destaque para Roraima (9,3%), Rondônia (8,5%) e Acre (6,7%). As maiores quedas foram no Amapá e no Rio Grande do Norte (0,7% em ambos).
De acordo com o IBGE, o acumulado de janeiro a novembro foi de 1,7%, comparando igual período no ano anterior. O indicador dos últimos 12 meses foi de 1,8% para 1,6%, sinalizando perda de ritmo.
No comércio varejista ampliado, que vinha de oito meses de crescimento, o volume de vendas recuou 0,5% em novembro na comparação com o mês anterior. O resultado foi puxado pela queda no setor de veículos, motos, partes e peças (1,0%), enquanto material de construção apontou estabilidade (0,1%).
A queda da produção industrial e de serviços no mês de novembro também tem relação com a desaceleração no setor de veículos
"O segmento de veículos não sustentou o crescimento em novembro, depois de dois meses de crescimento (3,5%). É comum essa acomodação. A atividade vem mostrando dinamismo ao longo de 2019, acumulando no ano alta de 10,1%. Foi um bom ano para o segmento”, disse a gerente da pesquisa.