O Banco Central (BC) anunciou nesta terça-feira que vai facilitar o empréstimo para empresas com faturamento anual de até R$ 50 milhões. A medida tem potencial de liberação de R$ 55,8 bilhões.
A nova medida vale apenas para o financiamento de capital de giro contratado de 29 de junho a 31 de dezembro deste ano. A medida deve atingir de microempresas até as de porte médio.
O BC fez uma alteração nas regras para facilitar a concessão de crédito. As instituições financeiras poderão deduzir o valor do empréstimo do montante que são obrigadas a deixar retido no BC e que, portanto, não está disponível para financiamentos.
Em nota, o BC avaliou que as medidas de crédito estão funcionando durante a crise, mas as empresas de menor porte têm encontrado dificuldades:
“Embora as medidas já adotadas tenham sido efetivas em prover liquidez para o Sistema Financeiro Nacional (SFN) e promover o regular funcionamento dos mercados, as empresas de menor porte continuam encontrando dificuldades no acesso a linhas de crédito que as possibilitem atravessar esse momento de incertezas”.
Com o objetivo de incentivar que os bancos emprestem esses recursos, o BC também retirou parte da remuneração do compulsório de poupança. Assim, se o banco não atingir níveis mínimos de aplicação em crédito, não terá o capital remunerado.
Além da dedução dos empréstimos, o BC também autorizou que os grandes bancos deduzam o saldo de depósitos de bancos menores. Dessa maneira, o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra Fernandes, espera que os recursos cheguem na economia real:
— Há um entendimento de que, uma vez que esses recursos que seriam do compulsório são direcionados a uma instituição menor, eles serão direcionadas para o setor real.
Com a poupança batendo recordes históricos de entradas, o BC estima que a situação “permite a adoção da medida sem comprometer o adequado gerenciamento dos ativos e passivos bancários”.