A atividade econômica recuou 28,8% no Paraná entre 7 de março e 19 de abril, segundo o novo boletim conjuntural elaborado pelas secretarias de Planejamento e Projetos Estruturantes e da Fazenda. Comércio e alimentação tiveram queda de 24% e a indústria de 35,3%.
A análise separa as quatro macrorregiões da Saúde do Estado (Leste, Oeste, Norte e Noroeste) e aparece pela primeira vez no boletim que analisa a situação econômica e social do Paraná durante a pandemia do novo coronavírus. A Macrorregião Leste apresentou a queda mais acentuada, de 31,8%, enquanto Oeste e Norte registraram os declínios menos expressivos, de 23,7%.
Na Macrorregião Leste, que engloba a Região Metropolitana de Curitiba, Litoral, Campos Gerais, Sul e a região Central, e onde a produção de bens com alto valor agregado é muito forte, a indústria registrou a maior queda, de 45%. A perda mais acentuada no comércio e na alimentação foi na Macrorregião Noroeste, de Maringá e Umuarama, com retração de 36,7%. A menor queda industrial foi no Noroeste (-16,2%) e a menor comercial no Leste (-19%).
EMPRESAS - No cenário mais específico para as empresas, o boletim de porte aponta que 16 mil que operam no Simples Nacional e 3,6 mil que operam no regime normal estavam fechadas no dia 17 de abril. O número contrasta com o levantamento anterior, de 9 de abril, e mostra aumento nas aberturas - eram 21 mil do Simples Nacional e 4,5 mil do regime normal fechadas naquela ocasião.
Essa avaliação é feita por técnicos da Receita Estadual com base na emissão de documentos fiscais. Por este critério, na separação por cidades, estão funcionando perto de 90% dos estabelecimentos em Cascavel, 73% em Curitiba, 61% em Foz do Iguaçu e 67% em Maringá.
No comparativo entre a primeira semana de março e a terceira de abril, segundo o relatório, houve redução na quantidade de estabelecimentos que haviam deixado de emitir documentos fiscais. No comércio varejista, a queda foi de 21%; na indústria, de 19%; e no comércio atacadista, de 13%. No boletim anterior, os índices eram de 34%, 30% e 22%, respectivamente.
VENDAS – Os resultados das vendas levam em comparação a semana de 13 a 19 de abril em relação a semana de 6 a 12 de abril. Nesse quesito, o boletim indica queda na movimentação de hipermercados e supermercados (-28%), mas variações positivas de 1% a 106% nas vendas dos demais setores: farmácias (1%); restaurantes (14%); materiais de construção (37%); vestuário, calçados, cama/mesa/banho (76%); áudio, vídeo e eletrodomésticos (99%); e veículos novos (106%).
Os índices de vendas para os consumidores finais apontam queda nos setores de bebidas alcoólicas, bebidas não alcoólicas, papel higiênico e produtos de limpeza. Houve aumento no comércio da linha branca, televisores e celulares, mas ainda distantes da primeira semana de março, quando as normas de isolamento social se tornaram mais rígidas no Paraná. Em relação ao faturamento nominal dos setores, com base em uma pesquisa da Cielo, houve queda acumulada de 55,6% no setor de serviços entre março e abril, por exemplo.
No setor de combustíveis, o consumo de diesel apresentou pequena alta na última semana de abril (11%) e se manteve estável na gasolina e no etanol. Essa recuperação se somou a quedas nos preços nas refinarias e nas bombas. De 1º de janeiro a 20 de abril, o preço nas refinarias caiu 51% para a gasolina e 37% no diesel. Os preços para os consumidores também baixaram: -17% na gasolina, -19% no etanol e -20% no diesel, no mesmo período. Apenas nesse setor, observou-se redução média de R$ 56 milhões de ICMS devido por semana aos cofres do Estado.
CENÁRIOS - O boletim econômico também indica projeções do Produto Interno Bruto (PIB) no cenário que estabelece comparação entre a redução da atividade com o número de semanas de impacto da crise. Na pior fotografia, por exemplo, haverá queda de 7,3% no PIB brasileiro no acumulado de 22 semanas e queda de 85% nas atividades econômicas.
ISOLAMENTO SOCIAL – No aspecto social de isolamento, com base em dados de geolocalização do Google do dia 19 de abril, o Paraná apresentava o índice de 63%, contra 64,3% de Santa Catarina e 64,2% no Rio Grande do Sul (nessa relação, quanto mais próximo de 100%, maior o grau de reclusão). Em São Paulo, estado com o maior número de casos e óbitos por Covid-19, o índice era de 61,4%.