A importância estratégica do seguro durante o transporte marítimo

Fonte: Revista Apólice
28/10/2022
Seguros

As medidas de segurança no transporte marítimo implantadas ao longo dos últimos anos, como, por exemplo, a regulamentação do setor, o design, a tecnologia dos navios e a gestão de riscos das empresas têm ajudado a mitigar incidentes e perdas de mercadorias, de acordo com o relatório “Safetys & Shipping Review 2022”, da Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS).

Esse desempenho positivo foi observado no ano de 2021. Conforme o relatório elaborado no ano passado, 54 embarcações foram perdidas, em comparação com 65 no ano anterior. O total de perdas se torna impressionante pelo fato de que há uma estimativa de 130.000 navios na frota global hoje, em comparação com cerca de 80.000 há 30 anos.

Apesar da redução verificada no número de sinistros em 2021, o estudo aponta que os navios de carga representaram nada menos do que metade de todos os navios perdidos no período. Segundo o Superintendente de Transporte, Aeronáutico, Frota e Cascos Marítimos da MDS Brasil, Rodrigo Fugishima, além das medidas de segurança implantadas para a regulamentação do setor, entre outros fatores que contribuem para mitigação dos sinistros estão os próprios investimentos em seguros e os programas de gestão de risco.

As causas dos acidentes marítimos provêm de diversas naturezas, mas as que mais chamam atenção são as decorrentes de problemas meteorológicos, que causam colapso a bordo dos navios e queda de contêineres no mar. Com isto, as mercadorias são danificadas ocasionando prejuízo para as empresas. A crise na cadeia logística global envolve os navios cada vez maiores, embora a construção deles esteja cada vez mais sofisticadas e, supostamente seguros. Mas, mesmo assim, isso não têm sido suficientes para enfrentar as adversidades do mar.

Segundo o relatório da Allianz, a indústria marítima internacional é responsável pelo transporte de cerca de 90% do comércio mundial. “Infelizmente, temos pouco material disponível para uma análise mais profunda de todos os impactos gerados no transporte internacional de cargas, sem contar, ainda, o transporte por cabotagem e o transporte fluvial dentro do território brasileiro, que têm se tornado meios de transporte cada vez mais utilizados pelos embarcadores”, salienta Fugishima.

Para ele, apesar da falta de informações para uma correta análise destes impactos, a contratação correta de uma apólice de seguro de transporte traduz para os segurados uma proteção imprescindível para a continuidade dos negócios. A contratação do seguro pode ser dividida em duas categorias simples:

– O próprio Seguro Transporte, responsável pela cobertura da carga a ser transportada (por via marítima, terrestre ou aérea), com contratação feita pelo comprador ou vendedor da mercadoria;

– O Seguro de Responsabilidade Civil, que protege a atividade econômica da empresa que realiza o transporte.

Mas quem pode contratar um seguro transporte?

Cada parte envolvida no transporte tem opções de contratação para suas próprias demandas. Para o armador, por exemplo, há o seguro com cobertura para o casco (corpo principal do navio), Máquinas e Equipamentos e Proteção e Indenização (P&I), que cobre prejuízos a terceiros, entre outros.

Para o agente de cargas, um intermediário na venda entre o armador e o embarcador (exportador e importador), há o seguro de Responsabilidade Civil. Por fim, para o embarcador, cabe o seguro de Transporte Internacional, com cobertura contra riscos, perdas e danos sobre mercadorias transportadas.

Neste sentido, a contratação de um programa de seguros, que englobe todas as etapas de transporte, exige uma cuidadosa análise de gerenciamento de riscos e logística para prevenção de perdas. Profissionais altamente qualificados devem avaliar todas as informações da operação logística da empresa, analisando e identificando as exposições de riscos, desde a origem do embarque até o seu destino final.

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